Queria sustentar o peso da palavra – não deu, não dá. Melhor mesmo foi convidá-la para caminhar lado a lado. Atravessei a rua com um farol verde, não entendo de esperanças; prefiro a insistência. No plano traçado entre a máquina de fazer sonhos e o prelúdio da vida ouvi uma criança chorando de rir. Caminhei dois passos para fora de mim, observei o mundo dormindo por alguns instantes, talvez cochilando. Quando voltei porta adentro, estava parte do meu corpo deitado, outra parte em trapos. Torci o ego, pus de molho a expectativa e com dois pregadores estendi o perdão no quintal – deixei a angústia de lado exposta ao sol; dei vitamina D pura para a angústia. No final do dia vesti o desejo e agora vou ali beber com os amigos. Volto mais tarde mãe, não se preocupe estou andando bem sem muletas.

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